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Desafios em Implantar e Dar Continuidade ao MAIO
Desenvolver um programa inovador é sempre um desafio, pois romper paradigmas e modificar ideias cristalizadas é algo bastante complexo, e trabalhar com pessoas que se envolveram em crimes ou em atos infracionais, muitas vezes, pode ser um caminho incerto e espinhoso.
Existem várias vertentes que tentam explicar o que levam os indivíduos a se envolverem em ações criminosas ou em atitudes em conflito com a lei. Vamos focar em duas delas de maneira simples e objetiva.
A primeira delas entende que o indivíduo está em constante desenvolvimento e que, a infância é um momento imprescindível e marcante, pois, a aprendizagem sociocultural começa no convívio diário da criança, que nasce já inserida em uma comunidade que possui formas definidas de compreender sua vivência e de interagir com os demais membros de sua sociedade. De acordo com o sociólogo Anthony Giddens, esse processo é que proporciona ao novo sujeito o aprendizado de como se guiar em meio ao mundo de significados que a sua realidade possui, tendo assim, grande influência sobre seu comportamento.
Pode-se exemplificar tal fato, a partir do registro de Sérgio Antônio da Silva Leite, psicólogo com experiência na área de Psicologia Educacional: As relações vivenciadas externamente repercutem internamente através de atos e pensamentos, emoções, sentimentos e estados motivacionais, possibilitando, por exemplo, a constituição de sujeitos seguros (ou não), motivados para enfrentar novas situações, e, mesmo, superar desafios e eventuais fracassos (Leite, 2006).
Já, a segunda vertente afirma que a maneira como os pais educam seus filhos não justifica o ingresso desses indivíduos no mundo do crime. Para exemplificar tal afirmação, o portal “Notícias UOL” trouxe uma reportagem que reproduzia a fala de mães de pessoas privadas de liberdade. A reportagem foi direcionada à estigmatização das mães de criminosos, que são condenadas pela sociedade e enfrentam situações de humilhação. Percebe-se, no relato dessas mães, que todas fizeram o melhor por seus filhos. Todas ofertaram uma educação baseada em princípios e valores, mas, “infelizmente, ter pais virtuosos não é garantia contra a criminalidade”. Em consonância à esta afirmação, conclui-se que esses indivíduos “optaram”, “escolheram” por seguir tais caminhos. Reportagem disponível em: <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/05/13/maes-de-presos.htm>
A ACUDA independente das duas vertentes, acredita na instrumentalização dos indivíduos privados de liberdade com ferramentas que podem levar ao autoconhecimento transformador - o único capaz de oportunizar a ressignificação de pensamentos e atitudes pois em ambos os casos, a escolha de fazer um novo fim, já que não se pode mudar o começo, será sempre pessoal e intransferível.
PRINCÍPIO 2
A Acuda não tira necessariamente a pessoa do crime, mas busca tirar o crime da pessoa.
Não temos a fantasia de querer convencer uma pessoa a sair do crime. No entanto, o método MAIO proporciona aos participantes ferramentas de autoconhecimento transformador para que se possa pensar, sentir e agir de formas diferentes daquelas com que se chega ao cárcere ou à internação.
As oportunidades em Assistência Social contribuem com o bem-estar material dos participantes, para que consigam ter condições físicas, emocionais e mentais a fim de aproveitarem o que é oferecido pelos outros dois pilares do Método.
As oportunidades em Educação ofertam aos participantes ferramentas por meio das quais podem crescer intelectual e profissionalmente, para que, ao deixarem o mundo do encarceramento, possam ter recursos diferentes daqueles que são oferecidos pelo mundo do crime.
As oportunidades em Espiritualidade aprofundam a conexão dos participantes com um sentido que é inerente à vida humana: uma força de Vida maior do que a própria vida individual; a sensação de inter-relação entre todos os seres, que desperta um sentido de responsabilidade e cuidado com toda a vida – o que é muito diferente do que se vivencia em situações de crime.
Ao receber de forma integrada oportunidades em Assistência Social, Educação e Espiritualidade, o participante passa a deixar de ver o crime como “única opção”; seu olhar sobre o mundo passa a ser mais amplo, e o respeito à vida, mais forte. Além disso, na Acuda, os participantes têm necessidades humanas fundamentais atendidas, o que possibilita a ele espaço interno para poder escolher, de forma mais consciente e responsável, como seguir sua vida.
Envolve um amplo projeto de atendimento terapêutico, utilizando as práticas integrativas e complementares, o atendimento religioso e os cursos e palestras de autoconhecimento.
Propõe uma educação enquanto processo contínuo de formação, o qual capacita o indivíduo a se educar para viver nos contextos sociais, econômicos, culturais e políticos da sociedade em que será novamente integrado tão logo cumpra sua pena ou medida socioeducativa.
tem por finalidade proporcionar atendimento às necessidades básicas dos participantes dos Programas executados pela ACUDA, buscando a garantia dos Direitos Fundamentais a esses grupos, conforme proposto pelas atividades presentes nas unidades.
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